São João – o equilíbrio é uma tarefa joanina

Dia 24 de junho se celebra o dia de São João Batista. No Nordeste a data é motivo de grande festa. Em Salvador, as ruas se enchem de bandeirolas e boa parte dos soteropolitanos partem numa viagem para as cidades do interior da Bahia para encontrar com amigos e familiares. São quatro noites regadas de estrelas, licores de todos os sabores que aquecem o corpo e o paladar, amendoim cozido, bolos de milho, de fubá, tapioca, mingaus e canjicas dos mesmos sabores e milho assado na fogueira. As ruas se enchem de crianças trajadas com suas roupas típicas juninas, munidos de fogos brilhantes e traques de massa. Se formam quadrilhas, dança-se forró a noite inteira, pula-se a fogueira e quase já de manhã, vê-se o fogo ir se apagando, para ser reacendido mais tarde.

Em São Paulo, a festa é diferente. As igrejas abrigam quermesses, com seus jogos de pesca peixe, pula-pula, caçapa, acerte o alvo. Serve-se quentão, come-se milho, curau, canjica. Aqui também o São João propõe uma reunião familiar.

Mas por que o São João é assim?

Talvez a resposta mais bonita que encontrei tenha vindo do Centro Educacional Waldorf Alecrim Dourado. A reunião da família uns dias antes do São João propõe a confecção de uma lanterna. Não uma lanterna qualquer, mas a chama interna que carregamos e que, muitas vezes, se apaga, mas que precisamos ser lembrados que a chama estará sempre dentro de nós. Guiados pela fábula da Menina da Lanterna vamos tecendo uma lanterna que reflita os animais de poder que sua criança carrega. E quando pronta, a lanterna ilumina o caminho de cada um. É uma ode à nossa luz interior, o quanto podemos brilhar e iluminar não só nosso caminho, mas também o do outro. A fábula traz alguns animais de poder – como traz o Xamanismo – para inspirar a crianças (e os adultos) a compreender e buscar seus guias internos.

A importância de São João fica ainda mais clara nesse texto divulgado e adaptado pelas escolas Waldorf, partilhado pela Associação Beneficente Parsifal:
“(…) São João Batista foi aquele que pregava o caminho interior como sanador da alma humana. Falava sobre a importância da mudança dos sentidos para possibilitar a visão de nós mesmos no sentido terreno e também no sentido espiritual, se ver como um Eu Superior. (…) As palavras de João nos sustentam na superação dos caminhos tortuosos do nosso pensamento e dos obstáculos que se colocam à nossa frente e nos deixam paralisados. A vida da alma oscila entre altos e baixos, entre euforia e desespero. Procurar o caminho do meio, do equilíbrio é uma tarefa joanina.”


REFERÊNCIA

Blog da Associação Beneficente Parsifal. Sem autor: O significado da festa de São João. Texto extraído do livro “O Caminho de Cristo” de Karin Evelyn de Almeida. Associação Beneficente Parsifal, SP, abr de 2015. Disponível em: <https://parsifal.org.br/o-significado-da-festa-de-sao-joao/>. Acesso em: 24 de jun de 2022.
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