Na lavoura, depois da colheita, é necessário esperar um tempo para realizar um novo plantio. Isso se dá para que o solo tenha força, nutrientes suficientes, para ofertar frutos nos tamanhos e condições adequadas. Esse momento é como uma pausa. Um tempo em que nada acontece, um tempo de espera, conhecido como entressafra.
Me vejo e me sinto, fechando um ciclo, em plena entressafra. Mesmo sabendo que novas sementes vêm por aí, esse momento de espera, onde muito pouco acontece, me parece um convite da rainha de alice – no país das maravilhas – para cortar fora a cabeça. Só não a corto fora, porque acho que um dia ainda precisarei dela e, creio que não terei possibilidade de troca se o produto estiver avariado…. Manter a cabeça no lugar nesses momentos me parece pura arte, dessas destinadas para os seres elevados!
Vendo minhas folhas ficando amareladas e caindo marrons na terra, não é com pouca dó ou apego, que as vejo virar pó. Mas é com uma sensação de limpeza e abertura – que devem sentir os guerreiros – que entrevejo um vislumbre de um próximo ciclo pleno, próspero, rico o suficiente para nutrir essa terra escura, matéria fértil para o novo.